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Foto do escritorPatrícia Candoso

Refém do Corpo


Tenho por hábito não seguir modas simplesmente adopto aquelas que fazem sentido para mim, de que gosto e me dão prazer.

Sempre fui uma miúda desportista e inquieta, em criança não parava um segundo. Felizmente sou daquela geração que brincava na rua, no parque infantil com os amigos do bairro, lembro-me bem, na Quinta do Marquês, em Oeiras. Velhos e bons tempos... Hoje esse parque já nem existe... Saltava à corda, corria, fazia o pino, andava de patins, de bicicleta... era até anoitecer. Durante alguns anos também joguei voleibol com o meu metro e meio de altura e 45kg, recordo com saudade esses tempos.

Já perdi a conta às tentativas que fiz para ir ao ginásio regularmente. E eu gosto, acreditem que gosto, mas quando se torna obrigação ou obsessão faz-me confusão!

Tentativa número um: Faz bem ao corpo e à mente! E lá fui eu... inscrevi-me num ginásio paguei a primeira mensalidade e devo ter ido umas 3 vezes nesse mês. Aceito que foi por preguiça, falta de vontade. A nossa mente é muito traiçoeira e arranja mil e uma desculpas para convencer o nosso corpo a não ir ao ginásio.

Tentativa número dois: À porta de casa não há como falhar! E não há mesmo... desde que não tenham uma mente tão criativa como a minha para inventar desculpas. O meu lado sensato dizia: Concentra-te Patrícia! Mas mesmo assim a seguda tentativa ainda durou alguns meses. Depois chegou o Verão... a sério?! Porque custa tanto ir ao ginásio no Verão?

Tentativa número três: Ir com amigos ajuda! E ajuda mesmo! Uns puxam pelos outros e torna-se mais fácil ir ao ginásio porque não queres falhar com os teus amigos. O ideal é ter dias e horários definidos, ou até mesmo ir de boleia com esses amigos. O pior é quando se tem uma profissão sem horários definidos. Lembro-me perfeitamente de que esta tentativa estava mesmo a resultar quando surgiu um convite para gravar uma novela. Mais uma vez, aos poucos fui desistindo por falta de tempo e por cansaço acumulado. Bem sei que as desculpas somos nós que as criamos, mas por vezes não é mesmo fácil gravar quase 12 horas seguidas e ainda chegar a casa e ter textos para decorar. Quem pensa em ir ao ginásio? Eu não...

Até podia enumerar quatro, cinco, seis tentativas mas, para quê? O resultado foi sempre o mesmo, desisti! Foi isso mesmo que aconteceu, desisti e não me orgulho nada disso, detesto desistir. Sempre fui teimosa e persistente mas reconheço que tenho um ligeiro problema em comprometer-me com o ginásio. Também já pensei em ter um personal trainer, aliás tenho vários amigos PT, mas felizmente... quero dizer, infelizmente, treinam em ginásios demasiado afastados.

Nunca fui refém do corpo apesar dos demasiados exemplos e exigências com que me deparo no meio artístico e nas redes sociais. Gosto de olhar-me ao espelho e gostar do que vejo. Há dias em que me sinto mais confiante, há dias em que nem me apetece sair da cama. Sinto que a importância que a imagem conquistou nestes últimos anos tornou-se numa espécie de droga e, anda por aí muita gente viciada. O que está na moda é tendência não é obrigatoriedade. Claro que também dou importância à imagem, uma grande parte do meu trabalho alimenta-se disso, os tempos evoluiram nesse sentido. Mas tento ser ponderada não vou tornar-me “vegan” só porque está na moda. Vou sim respeitar quem o faz na sua plenitude, até porque ser vegano é todo um estilo de vida que não passa apenas e só por não comer carne.

Agora que estou grávida tenho pensado no meu historial de ginásio! Certamente vou engordar alguns quilos, já contei 6... E claro, vou querer perdê-los! Finalmente percebi que esse tem sido o meu maior erro no ginásio, nunca estabeleci metas, objetivos a atingir.

Fica aqui a promessa, o meu regresso ao ginásio, depois de ser mãe, com uma motivação extra!

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